ARQUEÓLOGOS DESCOBREM ORIGEM E SIGNIFICADO DAS ESTÁTUAS GIGANTES NA ILHA DE PÁSCOA

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MOAI: ARQUEÓLOGOS DESCOBREM ORIGEM E SIGNIFICADO DAS ESTÁTUAS GIGANTES NA ILHA DE PÁSCOA

Pesquisadores da Universidade Binghamton de Nova York dirigiram-se à ilha para estudar de perto alguns parâmetros ignorados em análises anteriores

Por La Nacion — Buenos Aires

15/06/2024 04h00  Atualizado em 28/10/2024 ás 20:33h

Os moai são esculturas de pedra famosas que se popularizaram após o filme "Uma Noite no Museu". No entanto, elas estão presentes na Ilha de Páscoa há vários séculos e sua existência se deve aos polinésios, que conquistaram aquela terra solitária e isolada há 600 anos, conhecida como Rapa Nui. Após diferentes especulações sobre por que foram construídas essas manifestações culturais e religiosas, um grupo de arqueólogos presume ter encontrado a resposta definitiva sobre por que foram erguidas.

Em diferentes partes do mundo, há sítios que guardam um passado incerto, que fala de civilizações passadas que deixaram uma marca e misteriosamente desapareceram. Junto com outros enigmas arqueológicos e descobertas milenares que diariamente se tornam conhecidas em todo o globo, cientistas de uma universidade nova-iorquina indicaram a que se deve o surgimento dos moai.

Chegar até o território insular do Chile é uma verdadeira façanha, algo que os polinésios experimentaram com menos recursos há 600 anos em busca de expansão territorial. Essa comunidade se instalou ali e estabeleceu um estilo de vida cotidiano que acabou por esgotar seu recurso mais valioso, a madeira, o que gerou desertificação no solo e a impossibilidade de a biodiversidade se desenvolver. Isso trouxe um grave problema ambiental para eles e piorou sua estadia devido a regras políticas e sociais que dividiram a população.

No entanto, os Rapa Nui deixaram uma marca considerável naquela terra. Milhares de esculturas de pedra de seres humanos com corpos pequenos e cabeças gigantes. Estas sobreviveram às intempéries do clima e se tornaram um símbolo identitário local.

Pesquisadores da Universidade Binghamton de Nova York dirigiram-se à ilha para estudar de perto alguns parâmetros ignorados em análises anteriores. Assim se detalha no artigo publicado no site oficial da unidade acadêmica. Cabe ressaltar que, até agora, especulava-se que essas estátuas foram erguidas com um fim religioso, ou mais precisamente, para adorar o chefe da tribo.

A explicação dada está vinculada à falta de água potável, já que esta depende inteiramente dos aquíferos. Quando esta brotava do solo, os polinésios a bebiam, contudo, diante da crescente população, demandavam mais e mais, o que os teria obrigado a extrair as pedras em busca desse líquido imprescindível.

Quando a água da chuva cai no solo, este a absorve e ela se acumula nos depósitos subterrâneos. Ao se encher, brota naturalmente à superfície graças ao terreno vulcânico poroso da ilha. Por isso, durante a maré baixa, costumam se formar pequenos cursos de água perto da praia que vão em direção ao mar. Isso foi aproveitado pelos nativos durante sua estadia ali e foi motivo de estranhamento para os colonos neerlandeses que chegaram pela primeira vez à ilha e acreditaram que os indígenas bebiam água salgada.

Os solos vulcânicos porosos absorvem rapidamente a chuva, o que resulta na falta de riachos e rios. Felizmente, a água subterrânea flui morro abaixo e finalmente sai do solo diretamente no ponto onde a rocha subterrânea porosa encontra o oceano” explicou Carl Lipo, antropólogo da Universidade de Binghamton.

Por fim, ele descreveu por que os moai foram posicionados ao longo da costa. Isso se trataria de um agradecimento ou pedido de milagre para que a água brotasse. “Agora que sabemos mais sobre a localização da água doce […] a localização desses monumentos e outras características faz muito sentido (...) Estão localizados onde há disponibilidade imediata de água doce”, acrescentou Lipo.

Informações do site: https://oglobo.globo.com/mundo/epoca/noticia/2024/06/15/moai-arqueologos-descobrem-origem-e-significado-das-estatuas-gigantes-na-ilha-de-pascoa.ghtml