A CULTURA E A HISTÓRIA DE FEIRA DE SANTANA SENDO DESPREZADA
HISTÓRIA / FEIRA DE SANTANA
DENÚNCIA
Publicado em 28 de Junho de 2023 ás 12:01 | Atualizado ás 12:05
O MAESTRO ANDRÉ LUIZ DENUNCIA A FALTA DE PRESERVAÇÃO DA CULTURA E HISTÓRIA DE FEIRA DE SANTANA
O prédio da Sociedade
Filarmônica Vitória
Por: André Pomponet - 09 de Agosto de 2018
Foto: Filarmônica Vitória / Crédito: Gutemberg Suzarte
Se há um imóvel na Feira de Santana que está impregnado de cultura é o que abriga a Sociedade Filarmônica Vitória, ali na Rua Conselheiro Franco, a antiga Rua Direita, no centro da cidade. Afinal, o imóvel é sede de uma das instituições em torno da qual gravitava a cultura feirense desde meados do século XIX. O imóvel, porém, é do século XX: a data de construção é indeterminada, de acordo com levantamento do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, o IPAC. Pelas “características tipológicas”, é do início do século passado.
O que se sabe é que o Padre Ovídio de São Boaventura foi o
responsável pela criação da Sociedade Filarmônica Vitória, em 20 de julho de
1873. E que o imóvel, ao longo de parte do século passado, “foi palco de
grandes festas da elite de Feira”. Quem apadrinhou a instituição – conforme
hábito da época – foi o coronel Agostinho Froes da Motta, liderança política
daqueles tempos.
Foram registradas, ao longo dos anos, algumas intervenções no
casarão. Uma delas em 1917, que modificou a fachada. Em 1950 aconteceu nova
intervenção, com a ampliação de dois pavimentos. Posteriormente, em 1975, sob a
presidência de Celso Ribeiro Daltro, foi substituído o assoalho original. Três
anos mais tarde, o forro foi substituído e houve reparos na cobertura.
Originalmente, a construção teve outra finalidade, segundo o
IPAC: “Sobrado urbano construído provavelmente para ser usado como residência e
comércio”. O documento ressalta que a reforma de 1917 modificou a fachada do
imóvel, que ficou com “a atual decoração eclética, em estilo classicizante”.
Sobre as sacadas, “são encontradas com relativa frequência na região,
especialmente nos municípios de Castro Alves, Jequié, Tanquinho, Ubaíra,
Vitória da Conquista e Amargosa”.
Modificações
A área construída do conjunto totaliza 1.320 metros quadrados. O
documento ressalta que ele foi “prejudicado por reformas, ampliações e inserção
de elementos não condizentes”. Há uma descrição da estrutura: “Planta original
retangular, recoberta por telhado de duas águas. Um saguão central leva a uma
escadaria que dá acesso ao segundo pavimento que se constitui um grande salão”.
“O pavimento inferior encontra-se completamente modificado,
atendendo hoje a diversas funções”, anotava o IPAC, há vinte anos, em 1998.
Existe o registro de que o “prédio teve sua área construída dobrada com uma
ampliação feita nos fundos, sendo provável dessa época a substituição da
cobertura por telha em cimento amianto”.
Também há uma descrição detalhada da fachada: “A atual (...) é
dividida por cornijas e coroada por platibanda com pináculos, estatuetas e uma
águia no centro. Possui cinco portas no térreo, superpostas por igual número de
janelas rasgadas, com sacadas em elementos torneados”.
Imediações
As imediações da sede da Sociedade Filarmônica Vitória são
ocupadas para fins comerciais há décadas. Esse uso moldou a arquitetura do
entorno: o que se vê são edificações com perfil comercial, de poucos andares,
sem grandes atrativos estéticos. O relatório do IPAC aponta essa
característica: “a Rua Conselheiro Franco vem se transformando num centro
bancário, tendo já desaparecido as construções mais antigas”.
Nas cercanias subsiste apenas o conjunto que abriga o Centro
Universitário de Cultura e Arte, o Cuca, vinculado à Uefs. O prédio da
Filarmônica Vitória, até aqui, vem subsistindo como espaço cultural no centro
da Feira de Santana. Lá acontece nos finais de semana uma tradicional seresta.
E, na Micareta e no Bando Anunciador, aconteceram apresentações capitaneadas
pelo movimento cultural o Beco É Nosso.
As antigas filarmônicas – como expressão cultural – mergulharam
no ostracismo nas últimas décadas. Poucos municípios, a exemplo da vizinha
Cachoeira, sustentam a tradição. Na Feira de Santana subsiste a Filarmônica
Vitória, cujo prédio, existente até os dias atuais, constitui relíquia dos
tempos em que a cultura, por aqui, pulsava com mais intensidade.
Informações do site parceiro: http://www.tribunafeirense.com.br/noticias/30220/o-predio-da-sociedade-filarmonica-vitoria#:~:text=Se%20h%C3%A1%20um%20im%C3%B3vel%20na,Direita%2C%20no%20centro%20da%20cidade.
EUTERPE FEIRENSE
A Sociedade Filarmônica Euterpe Feirense, designada Euterpe
Feirense, é uma sociedade civil, de direito privado sem fins econômicos, com
tempo de duração indeterminado, fundada na cidade de Feira de Santana, estado
da Bahia, em 13 de dezembro de 1921, onde tem sede e foro, sem distinção de
cor, gênero, credo político, religioso ou nacionalidade.
Dentre os objetivos da Euterpe
Feirense, segundo o estatuto social, está “desenvolver atividades
socioculturais visando a integração social de crianças e adolescentes, pessoas
com deficiência física e idosas”. Assim, todos os anos por ocasião do dia 12 de
outubro, é realizada festa dedicada às crianças. Este evento ocorre no clube de
campo, sito à Avenida Eduardo Fróes da Mota, nº 2.245 - Bairro Lagoa Grande -
Feira de Santana - Bahia.
Carlos Alberto da Silva
Santos
Vice-presidente da Euterpe Feirense
(75) 99199-1075 / 98209-4815
professorcarlosgeo@gmail.com
cass@uefs.br
Informações do site: http://www.vivafeira.com.br/noticias.php?id=5931
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