QUANTO VALIA A NOTA DE VINTE REAIS HÁ 20 ANOS ATRÁS?
ECONOMIA
Nota de R$ 20 faz 20 anos: veja o que era possível
comprar em 2002 e o que dá para colocar no carrinho agora
28/06/22 04:00Atualizado
em28/06/22 19:10
Parece
que foi ontem, mas já se passaram duas décadas desde que a nota
de R$ 20 foi lançada. De lá para cá, além do visual da
cédula — repaginado em 2012 —, muita coisa mudou, principalmente o que é
possível comprar com esse valor.
Se atualizada pela inflação, que corrói o poder de compra dos brasileiros, a cédula do mico-leão-dourado deveria valer hoje R$ 69, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em 2002, o salário mínimo subiu de R$ 180 para R$ 200. Os R$ 20, portanto, representavam 10% da renda de quem ganhava o piso nacional. Agora, o valor equivale a 1,65% dos atuais R$ 1.212.
Salário Mínimo |
Dados do Índice Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) também mostram que, nestes 20 anos, o carrinho
de supermercado ficou 360% mais caro, e a lista de compras paga
naquela época com R$ 20 foi minguando.
— O poder de compra encolheu bastante. A inflação acumulada é de 254% pelo IPCA e, com isso, a realidade dos preços se alterou brutalmente. É como se a gente multiplicasse o preço dos produtos por quatro. A nota de R$ 20 compra muito menos diante de uma inflação tão alta. Em termos reais, se a gente a divide pela inflação acumulada, é como se ela comprasse algo equivalente a R$ 5,65 atuais — calcula André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O que era possível comprar
Um encarte de supermercado do dia do lançamento da cédula — em 27 de junho de 2002 — mostrava que com R$ 20 era possível comprar 1 kg de alcatra ou
contrafilé, 5kg de arroz, 1kg de feijão, 1kg de açúcar, 500g de café, uma lata
de leite em pó, um pacote de 1kg de sabão em pó, um sabonete e um detergente de
500ml. Ainda sobravam R$ 0,06.
Já no encarte desta semana da mesma rede de supermercados, é possível
comprar apenas 500g de café e um frasco de detergente, ou um pacote de 5 kg de
arroz e outro de 1kg de açúcar — neste caso, ainda completando R$ 0,94.
Ainda segundo o
folheto da época, uma embalagem de 500g de achocolatado custava R$ 2,37. Com R$ 20, era possível comprar quase dez
unidades. De lá para cá, a mesma marca diminuiu a lata, hoje com 370g, vendida
por R$ 7,19. O consumidor não conseguiria comprar três unidades.
Uma lata de azeite de 500ml custava R$ 4,56 em 2002. Assim, uma cédula de R$
20 pagava quatro unidades. Hoje, um vidro de 400ml sai por R$ 17,98.
O quilo do filezinho (sassami)
de frango, que na época saía por R$ 4,39, hoje é vendido por R$
11,98, considerando a marca mais barata. Com pouco mais de R$ 20, portanto, é
possível comprar apenas duas embalagens (desembolsando uns trocados a mais),
bem diferente das quase cinco que poderiam ser levadas em 2002.
Ano do Penta
A cédula de R$ 20 foi a
última a ser lançada na chamada primeira família do Real, e levou 18 anos até
que outra nota entrasse em circulação: a de R$ 200, lançada em 2020. Nesse meio
tempo, além da remodelação das notas, que passaram a ter tamanhos diferentes e
novos dispositivos de segurança, a nota de R$ 1 foi suspensa.
Braz explica que, além da
alta acumulada de 360% dos alimentos para consumo em domicílio, as carnes
tiveram um aumento ainda maior:
— A carne subiu mais do que o aumento médio. O Brasil está exportando mais, e as commodities que fazem parte da produção estão mais caras. Se fosse apenas pela inflação geral acumulada, o quilo (da alcatra ou do contrafilé, com o preço de referência do supermercado citado) estariam por volta de R$ 16. Se levamos em conta a inflação dos alimentos, R$ 21, mas ainda distante dos preços que temos hoje — diz.
Outro item cujo preço atual impressiona na comparação com os encartes antigos é o café. O pacote de 500g saía por R$ 1,88 em 2002. Hoje, a embalagem da mesma marca é vendida por R$ 17,48. O produto ficou 70% mais caro nos últimos 12 meses.
Viu? Inflação do café da manhã atinge em cheio o clássico pingado com pão na chapa
— No ano passado, tivemos um frio muito intenso, o que provocou um prejuízo grande no setor. Foi um superchoque. A safra do café é bianual, o que quer dizer que a produção de uma boa safra acontece a cada dois anos. Então, custa a restabelecer o mercado e o preço voltar ao normal.
Informações do site: https://extra.globo.com/economia-e-financas/nota-de-20-faz-20-anos-veja-que-era-possivel-comprar-em-2002-o-que-da-para-colocar-no-carrinho-agora-25533678.html
Nenhum comentário
AVISO: os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Site GutemBA News.
É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O ADM pode até retirar, sem prévia notificação, comentários ofensivos e com xingamentos e que não respeitem os critérios impostos neste aviso.