VANTAGENS E DESVANTAGENS NA REFORMULAÇÃO DO ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO
Saiba as vantagens e desvantagens da reformulação do Ensino Médio
12/12/2019 12:37 ATUALIZADO EM 12/01/2022 12:08
Entretanto, em meio a todas as
discussões e os comentários, pouco se sabe sobre até que ponto essa alteração
influenciará na vida dos estudantes. Por isso, foram levantados aqui 8
argumentos a respeito das desvantagens e vantagens da reformulação do Ensino
Médio para ajudar a esclarecer melhor esse assunto.
Carga horária ampliada e aumento de gastos
Uma das mudanças
propostas pela Medida Provisória (MP) 746/2016 é a ampliação da carga horária
anual de aulas, que passaria das 800 horas atuais para 1,4 mil horas. Com isso,
as escolas seriam obrigadas a instituir o turno integral, para conseguir
cumprir a média de 7 horas de aula por dia.
Apesar
do discurso do Ministério da Educação negar o aumento de gastos, ainda não está
claro como e com quais recursos as escolas públicas conseguirão manter os
alunos em turno integral. Para muitos especialistas, esse aumento progressivo
da carga horária também pode contribuir com o abismo de desigualdade social já
presente nas vidas dos jovens negros brasileiros, que são os mais afetados com
a defasagem do ensino público.
Turno Noturno e evasão escolar
Com a ampliação da
carga horária das aulas e, consequentemente, a adequação do ensino em turno
integral, o turno noturno passa a ser voltado exclusivamente para os alunos que
apresentarem motivos considerados plausíveis para justificar o seu acesso no
turno da noite.
Segundo o
texto da MP, os alunos do turno noturno não serão prejudicados com a
reformulação do Ensino Médio. Eles receberão o mesmo tipo de ensino dos
estudantes do turno integral e terão quatro anos para completar os estudos, o
que significa um ano a mais do que o ensino regular. Porém, com esse aumento de
carga horária, o risco de evasão escolar torna-se maior, o que pode prejudicar
ainda mais os índices de escolaridade do país, que está entre os piores do
mundo.
Formação de professores e baixa remuneração
Antes de qualquer
proposta de reformulação do Ensino Médio, os professores, desde sempre, sofrem
com as péssimas condições de trabalho no sistema público de ensino. Salários
atrasados, falta de materiais, agressões dentro da sala de aula e carga
excessiva de trabalho são só alguns exemplos já conhecidos.
Agora, a partir das
novas mudanças propostas pela MP 746/2016, muitos especialistas acreditam que
os profissionais da educação ficarão ainda mais prejudicados. Isso, devido à
falta de preparo do Estado para encarar transformações tão radicais de uma hora
para outra.
Em resposta a isso, o procurador geral da República Rodrigo Janot enviou, no dia 19 de dezembro de 2016, ao Supremo Tribunal Federal, um parecer considerando inconstitucional a reforma no Ensino Médio imposta pela MP.
Escolha de grade curricular e imaturidade
Outro ponto importante
da medida provisória é o currículo mais flexível. O que significa que os alunos
poderão definir quais conteúdos aprofundar ao longo dos anos, com exceção de
português e matemática.
Por
outro lado, com seus poucos 16 anos, muitos estudantes ainda nem sabem qual
carreira vão querer seguir. Assim, questiona-se se essa escolha de grade
curricular não acontece em um momento muito prematuro na vida desses jovens.
Currículo flexível e melhor direcionamento para as aulas
Ainda sobre a
implantação de um currículo mais flexível, proposto na reformulação do Ensino
Médio, percebe-se que pode haver, sim, uma melhoria no rendimento dos alunos.
De acordo com o Ministério da Educação, permitir que os alunos escolham em que matérias aprofundarem pode fazer com que eles se sintam mais incluídos e interessados em participar das aulas. A ideia é ocupar as 1,2 mil horas com assuntos de conhecimentos gerais, seguidos a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Nas outras 200 horas
restantes, os alunos poderão seguir caminhos diferentes de formação, com ênfase
nas áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e
formação técnica e profissional.
Autonomia dentro da sala de aula
Em contraponto aos
questionamentos sobre a maturidade dos jovens para definirem seus caminhos
formativos, existe também o outro lado. Ao tomarem tais escolhas, os alunos
assumem maior autonomia sobre sua vida escolar, o que pode influenciar na sua
personalidade pessoal e profissional.
Mais capacitação profissional
Além do ensino
integral, a Medida Provisória em tramitação no Senado propõe também um período,
já definido dentro da grade curricular, direcionado especificamente para a
formação profissional dos jovens do Ensino Médio. Algumas escolas do país já
possuem modelos parecidos.
A
ideia é proporcionar aos estudantes uma opção de capacitação profissional que
pode ajudar na escolha da carreira e, consequentemente, no seu
desenvolvimento pessoal, pois trabalha responsabilidade, técnica e
valorização pessoal. Com isso, a expectativa do Ministério da Educação é de que
as escolas públicas possam oferecer aos seus alunos oportunidade para
desenvolverem suas habilidades, aliada com os estudos.
A reformulação do Ensino Médio é necessária
A MP 746/2016 está na pauta do Senado e deve ser votada a partir do dia 2 de fevereiro de 2017, logo depois da volta do recesso dos senadores. Caso não seja aprovada até o dia 2 de março de 2017, a Medida Provisória torna-se inválida. Por lado, se passar com a maioria dos votos a favor, a reforma no Ensino Médio já poderá entrar em vigor a partir do ano letivo de 2018. Achou interessante?
Leia mais em: https://www.una.br/blog/saiba-as-vantagens-e-desvantagens-da-reformulacao-do-ensino-medio/#
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