FEIRA DE SANTANA E SUA HISTÓRIA
- 188 anos:
Desenvolvimento e progresso, 18 de setembro de 1833
Início do século XVIII, em torno da capela que
foi construída em terreno doado no dia 28 de setembro de 1732, no Alto da Boa
Vista na Fazenda Santana dos Olhos d’Água, pertencente a Domingos Barbosa de
Araújo e sua esposa Ana Brandoa, que havia adquirido aos descendentes de João Peixoto
Viegas. Naquela época São José das Itapororocas já existia (atual distrito de
Maria Quitéria).
Casarão de Domingos Barbosa de Araújo - Foto sem data e autor
A escritura de dote e doação foi
assinada por Domingos Barbosa de Araújo e, a rogo de sua mulher, por João
Mendes Vasconcelos, nas presenças das testemunhas: Basilio Fernandes e
Francisco Xavier de Albuquerque, além do tabelião Inácio de Mesquita,
escriturada nos livros do Tabelionato de Notas na Vila de Nossa Senhora do Rosário
do Porto de Cachoeira.
Construída a Capela sob as
invocações de Santa Ana e São Domingos, ao redor da qual foi surgindo um
povoado com as construções de alguns casebres. E nesta região, vários
agrupamentos humanos como consequência do comércio de gado sendo transformado
em concentração de tropeiros e viajantes. Uma pequena feira livre e a feira de
gado. O lugarejo em desenvolvimento servia de pousada para os viajantes e ponto
de trocas de mercadorias. O comércio então estabelecido forçou a aberturas de
ruas adequadas ao trânsito de feirantes provindo de outras regiões. Em 1819
oficialmente o pequeno lugarejo foi elevado à categoria de Arraial. Face ao
grande desenvolvimento do Arraial de Santana da Feira onde prosperavam o
comercio de gado, teve início uma movimentação de fazendeiros, comerciantes e
pessoas da comunidade que, através de abaixo assinados, pediam a elevação do
povoado a categoria de Vila e a criação do município. Nesta movimentação houve
um embate político entre duas grandes lideranças do século XIX que lutaram, sem
violência, pela localização da sede do município. O médico Macário Cerqueira,
que residia em Santana da Feira, e o coronel Quintiliano Martins da Silva
morador de São José das Itapororocas, ambos reivindicando a sede do futuro
município. Os documentos foram encaminhados ao Imperador em 1829, em que
solicitavam a elevação do arraial à categoria de Vila.
Imagem antiga registra a feira-livre realizada no centro da cidade de Feira de Santana
Os documentos que foram encaminhados ao Imperador pela
comunidade, em que solicitavam a elevação do arraial à categoria de Vila, se
concretizaram pelo Decreto Provincial de 13 de novembro de 1832 da Vila Nova de
Feira de Santana.
A data marcada para a instalação da Vila e sua Câmara, não seria o dia
18 de setembro e sim o dia “14 de agosto de 1833”. Porém houve um movimento
político de protesto contra a eleição de alguns vereadores acusados de terem
sido eleitos irregularmente. Outro fato ocorreu que o portador que vinha com os
documentos enviados pela Câmara de Cachoeira foi assaltado e seus documentos sequestrados.
Diante de tais acontecimentos, um relatório foi enviado ao Presidente da Província, e a
questão dos quatros candidatos decidida, em que foram desclassificados “Vicente
Ferreira de Araújo Campos e Francisco Caribe Morotova”, e decidiu em
favor do Capitão Manoel da Paixão Bacelar e Castro e Antônio Honorato da Silva
Rego. As duas vagas criadas pela desclassificação foram preenchidas por Joaquim
Caribé Morotova, e pelo Capitão Joaquim José Pedreira Mangabeira.
Em 18 de setembro de 1833, nesse
dia foi efetuada a instalação e posse. O então Presidente da Câmara da Vila de
Cachoeira o Tenente Luis Ferreira da Rocha com o secretário daquela Câmara,
Joaquim da Silva ocasião em que foi lavrado o Auto da Instalação, Posse e
Juramento à Câmara Municipal da nova Vila do Arraial de Feira de Santana, em um
cerimonial na Capela de Santana, com as presenças dos sete vereadores: Capitão
Manoel da Paixão Bacelar e Castro, Reverendo Luiz José Pinto da Silva Sampaio, Antônio
Honorato da Silva Rego, Antônio Manoel Vitória, Joaquim Caribé Morotova,
Reverendo Manoel Paulino Maciel e Capitão Joaquim José Pedreira Mangabeira.
As primeiras reuniões foram realizadas na Capela de Santana. Como o
funcionamento do Legislativo na igreja não agradasse ao pároco, ele solicitou
que os vereadores buscassem outro local para as reuniões, que passaram a ser
efetuadas nas residências dos vereadores, até que a Câmara compra um prédio do
Coronel João Pedreira de Cerqueira em janeiro de 1888, por 12 contos de reis,
pagáveis em seis prestações trimestrais de 2 contos de reis, o prédio da
esquina da Avenida Senhor dos Passos com
a Praça João Pedreira. Ali foram instalados os Três Poderes juntos, além
da Biblioteca e outros órgãos do Município. Até 1926 a Câmara funcionou no
prédio em frente à Igreja Senhor dos Passos. Em 03 de abril de 1926 foi
inaugurado o prédio do Paço Municipal para onde também, foram transferidos o
Legislativo e o Judiciário.
Igreja da Matriz, foto ano 1920
Por CARLOS MELLO, historiador da arte pela Instituição de Ensino
Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Início do século XVIII, em torno da capela que
foi construída em terreno doado no dia 28 de setembro de 1732, no Alto da Boa
Vista na Fazenda Santana dos Olhos d’Água, pertencente a Domingos Barbosa de
Araújo e sua esposa Ana Brandoa, que havia adquirido aos descendentes de João Peixoto
Viegas. Naquela época São José das Itapororocas já existia (atual distrito de
Maria Quitéria).
Casarão de Domingos Barbosa de Araújo - Foto sem data e autor |
A escritura de dote e doação foi assinada por Domingos Barbosa de Araújo e, a rogo de sua mulher, por João Mendes Vasconcelos, nas presenças das testemunhas: Basilio Fernandes e Francisco Xavier de Albuquerque, além do tabelião Inácio de Mesquita, escriturada nos livros do Tabelionato de Notas na Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira.
Construída a Capela sob as
invocações de Santa Ana e São Domingos, ao redor da qual foi surgindo um
povoado com as construções de alguns casebres. E nesta região, vários
agrupamentos humanos como consequência do comércio de gado sendo transformado
em concentração de tropeiros e viajantes. Uma pequena feira livre e a feira de
gado. O lugarejo em desenvolvimento servia de pousada para os viajantes e ponto
de trocas de mercadorias. O comércio então estabelecido forçou a aberturas de
ruas adequadas ao trânsito de feirantes provindo de outras regiões. Em 1819
oficialmente o pequeno lugarejo foi elevado à categoria de Arraial. Face ao
grande desenvolvimento do Arraial de Santana da Feira onde prosperavam o
comercio de gado, teve início uma movimentação de fazendeiros, comerciantes e
pessoas da comunidade que, através de abaixo assinados, pediam a elevação do
povoado a categoria de Vila e a criação do município. Nesta movimentação houve
um embate político entre duas grandes lideranças do século XIX que lutaram, sem
violência, pela localização da sede do município. O médico Macário Cerqueira,
que residia em Santana da Feira, e o coronel Quintiliano Martins da Silva
morador de São José das Itapororocas, ambos reivindicando a sede do futuro
município. Os documentos foram encaminhados ao Imperador em 1829, em que
solicitavam a elevação do arraial à categoria de Vila.
Imagem antiga registra a feira-livre realizada no centro da cidade de Feira de Santana |
Os documentos que foram encaminhados ao Imperador pela
comunidade, em que solicitavam a elevação do arraial à categoria de Vila, se
concretizaram pelo Decreto Provincial de 13 de novembro de 1832 da Vila Nova de
Feira de Santana.
A data marcada para a instalação da Vila e sua Câmara, não seria o dia 18 de setembro e sim o dia “14 de agosto de 1833”. Porém houve um movimento político de protesto contra a eleição de alguns vereadores acusados de terem sido eleitos irregularmente. Outro fato ocorreu que o portador que vinha com os documentos enviados pela Câmara de Cachoeira foi assaltado e seus documentos sequestrados.
Diante de tais acontecimentos, um relatório foi enviado ao Presidente da Província, e a
questão dos quatros candidatos decidida, em que foram desclassificados “Vicente
Ferreira de Araújo Campos e Francisco Caribe Morotova”, e decidiu em
favor do Capitão Manoel da Paixão Bacelar e Castro e Antônio Honorato da Silva
Rego. As duas vagas criadas pela desclassificação foram preenchidas por Joaquim
Caribé Morotova, e pelo Capitão Joaquim José Pedreira Mangabeira.
Em 18 de setembro de 1833, nesse
dia foi efetuada a instalação e posse. O então Presidente da Câmara da Vila de
Cachoeira o Tenente Luis Ferreira da Rocha com o secretário daquela Câmara,
Joaquim da Silva ocasião em que foi lavrado o Auto da Instalação, Posse e
Juramento à Câmara Municipal da nova Vila do Arraial de Feira de Santana, em um
cerimonial na Capela de Santana, com as presenças dos sete vereadores: Capitão
Manoel da Paixão Bacelar e Castro, Reverendo Luiz José Pinto da Silva Sampaio, Antônio
Honorato da Silva Rego, Antônio Manoel Vitória, Joaquim Caribé Morotova,
Reverendo Manoel Paulino Maciel e Capitão Joaquim José Pedreira Mangabeira.
As primeiras reuniões foram realizadas na Capela de Santana. Como o funcionamento do Legislativo na igreja não agradasse ao pároco, ele solicitou que os vereadores buscassem outro local para as reuniões, que passaram a ser efetuadas nas residências dos vereadores, até que a Câmara compra um prédio do Coronel João Pedreira de Cerqueira em janeiro de 1888, por 12 contos de reis, pagáveis em seis prestações trimestrais de 2 contos de reis, o prédio da esquina da Avenida Senhor dos Passos com a Praça João Pedreira. Ali foram instalados os Três Poderes juntos, além da Biblioteca e outros órgãos do Município. Até 1926 a Câmara funcionou no prédio em frente à Igreja Senhor dos Passos. Em 03 de abril de 1926 foi inaugurado o prédio do Paço Municipal para onde também, foram transferidos o Legislativo e o Judiciário.
Igreja da Matriz, foto ano 1920 |
Por CARLOS MELLO, historiador da arte pela Instituição de Ensino Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Nenhum comentário
AVISO: os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Site GutemBA News.
É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O ADM pode até retirar, sem prévia notificação, comentários ofensivos e com xingamentos e que não respeitem os critérios impostos neste aviso.