TRATAMENTO PRECOCE "KIT COVID É KIT ILUSÃO"
Tratamento precoce “Kit covid é kit ilusão”: os dados que apontam riscos e falta de eficácia do suposto tratamento
25/03/2021
Durante a Peste Negra que assolou a Europa no século 14, os médicos recorreram aos mais diversos "tratamentos" para lidar com as doenças. Alguns apostaram numa técnica de esfregar cebolas ou carne de cobra nos furúnculos que apareciam na pele. Outros sugeriam que os pacientes sentassem perto de fogueiras ou de fezes para expulsar a doença do corpo.
Mais recentemente,
quando a gripe espanhola de 1918 se espalhou pelos continentes, também não
faltaram terapias milagrosas para lidar com a crise sanitária. Alguns
especialistas lançaram fórmulas à base de formol, canela e até flores de jasmim
amarelo para "curar" a doença que matou milhões de pessoas no mundo
todo.
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Ao longo dos últimos meses, diversas entidades nacionais e internacionais se posicionaram contra o coquetel de medicamentos promovido pelo governo Bolsonaro, que inclui a hidroxicloroquina, a azitromicina, a ivermectina e a nitazoxanida, além dos suplementos de zinco e das vitaminas C e D.
Atualmente, esse mix farmacológico não é reconhecido ou chega a ser contra-indicado por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e da Europa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Mas antes de entrar nos detalhes sobre como tantas instituições chegaram
a essa conclusão de que esses remédios não são eficazes e de que não existe
tratamento precoce que funcione contra a covid-19, é importante explicar como
surge um novo remédio contra determinada doença e como esse processo pode ser
acelerado durante uma pandemia.
Essa substância, então, é testada num pequeno conjunto de células na
bancada do laboratório. O objetivo aqui é entender se as coisas funcionam como
o esperado e se aquele composto tem alguma ação interessante dentro de um
sistema biológico simples.
Se tudo der certo, a próxima etapa inclui testes com cobaias. A nova
molécula é administrada em camundongos, macacos e outros animais que apresentam
algumas características semelhantes ao que ocorre no corpo humano.
Caso a candidata apresente bons resultados, ela passa para a nova etapa: os testes clínicos. Esses estudos são divididos em três fases, envolvem centenas ou até milhares de seres humanos e têm como objetivo final garantir a segurança e a eficácia daquela nova formulação.
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