GUARDIÕES DO CRIVELLA
'Guardiões do Crivella' não se identificavam como funcionários da prefeitura ao abordar pacientes e repórteres
Município alega que funcionários ficavam nas portas dos hospitais 'para esclarecer a população'. Só que eles não usam crachá nem se identificam como profissionais durante as abordagens.
Funcionários que faziam plantão na porta de hospitais do Rio para abordar pacientes e impedir o trabalho da imprensa não usavam crachá profissional nem se identificavam como servidores do município.
Na reportagem do RJ2 que denunciou o caso, os funcionários aparecem sem identificação e não explicavam à população ou aos repórteres o motivo de eles estarem nos locais.
Entretanto, a prefeitura alega que "funcionários ficaram nas portas dos hospitais para esclarecer a população e rebater mentiras que são repetidas no noticiário da emissora".
Em uma das abordagens, um funcionário que ficava de plantão no Hospital Rocha Faria atrapalha a equipe de reportagem com xingamentos e, minutos depois, sem saber que estava sendo filmado, coloca o crachá no pescoço e entra na unidade de saúde.
O G1 questionou a prefeitura sobre a ausência dos crachás de identificação dos funcionários e por que eles não se identificavam no momento da abordagem, mas não obteve resposta para os questionamentos.
Em nota, a prefeitura apenas voltou a alegar que os funcionários estavam no local para esclarecer a população.
'Guardiões'
A
reportagem "Guardiões do Crivella" revelou um esquema montado com
funcionários da prefeitura para fazer plantão na porta dos hospitais municipais
do Rio, atrapalhar reportagens e impedir que a população fale e denuncie
problemas na área da Saúde.
(veja reportagem completa no vídeo abaixo).
https://globoplay.globo.com/v/8820667/
A organização tem escalas diárias, horários rígidos e ameaças de demissão. O esquema é todo organizado em grupos do WhatsApp.
A cúpula do governo municipal também estava em um dos grupos. O telefone do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, consta na relação. Uma testemunha disse ao RJ2 que Crivella enviava mensagens parabenizando as ações.
As pessoas que realizam os plantões são contratadas da prefeitura do Rio e recebem salários pagos pelo contribuinte para vigiar a porta de hospitais e clínicas, para constranger e ameaçar jornalistas e cidadãos.
Como funciona o esquema
os "guardiões" são distribuídos por escalas, postam fotos para "bater ponto" e comemoram quando atrapalham a imprensa
O líder do
esquema é Marcos Luciano (o ML), que foi missionário com Crivella e é assessor
especial do gabinete do prefeito
ML teve bens
apreendidos, como celular, notebooks e dinheiro
O G1 fez o levantamento considerando o salário de 18 servidores,
participantes do grupo de Whatsapp "Guardiões do Crivella". A
remuneração consta em um site da própria Prefeitura.
O gasto público pode ser muito maior: o grupo "Guardiões do Crivella" tinha 252 participantes, mas incluía também secretários municipais e o próprio prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). Nem todos os que tinham essa função foram identificados. A conta foi feita considerando o salário atual dos servidores e os salários brutos mensais, considerando o décimo terceiro.
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