CRISTO MANDE ALGUÉM
CRISTO
MANDE ALGUÉM
Fonte Referência: Bilbia
Edição de Estudos. 5ª edição. 2015. Edição Claretiana. Editora Ave Maria. São Paulo.
Foto: Arquivo pessoal |
Cosme Castor de Cerqueira é Mestre em Educação
(USAL / Buenos Aires / Argentina - 2016). Graduado em: I. Licenciatura Plena em
Letras e Bacharelado em Administração (UEFS - 1972 e 1979); II.
Pedagogia/Administração Escolar (UFBA/PREMEN - 1974); III. Teologia Catequética
(ICRLC/Arquidiocese de São Salvador – 2003). Especializações: I. Administração
de Projetos (EBAP/FGV/SUDENE e. SEPLANTEC/BA - 1984); II. Elaboração e Análise
de Projetos (CEDAP/SEPLANTEC/BA - 1986);
Há alguns anos, na maioria das Igrejas Cristãs, se cantava a música
“Cristo, mande alguém”. Nessa música, pediam a Cristo que mandasse alguém para
ajudar a humanidade a reencontrar o caminho.
A música fala em drogas, guerras, crianças abandonadas e conflitos
familiares. Ainda não existiam os males da internet; o distanciamento das
pessoas; o desamor, preferindo relacionamentos virtuais aos reais; o bullying
cibernético ou o ciber bullying, etc. Sem falar na degradação da família, na
desvalorização dos idosos, na banalização da violência e na indiferença, em
relação a dor do irmão.
De repente, no meio desse furacão, surge
um vírus, algo, a princípio, nocivo, ameaçador e mortal. Um mal invisível que
literalmente parou o mundo e enclausurou as pessoas em casa, com medo, no
famoso isolamento social.
Bares, shoppings, cinemas, feiras livres
e o comércio em geral, todos fechados. Com isso, o distanciamento social que
antes era uma opção, passou a ser obrigatório e não abraçar ou beijar seus
familiares e amigos passou a ser uma obrigação e uma expressão de cuidado e de
amor.
Os membros das famílias foram
“obrigados” a passar mais tempo juntos.
Pais, que nunca haviam brincado com seus
filhos, redescobriram como é bom ser criança. Casais, que praticamente não se
viam, foram “obrigados” a conviver 24 horas juntos e puderam se conhecer
melhor.
E a máscara, que era usada apenas pelos
profissionais de saúde, passou a ser item obrigatório na vestimenta de todos,
numa forma de cuidar do outro. Sim, do outro! O “nefasto” vírus nos dá a
oportunidade de seguir o maior de todos os mandamentos: amai-vos uns aos
outros, como Eu vos amei.
A máscara nos permite proteger o irmão,
mesmo sem saber quem é ele, mesmo que ele não esteja usando máscara para nos
proteger, ou seja, um amor altruísta, do jeito que Jesus nos ensinou, que não
se importa se vai ou não ser retribuído.
Então... Será que
esse vírus é O ALGUÉM?”
Por Clemo Castor
Por Clemo Castor
MINHA RESPOSTA:
Buscai em primeiro lugar o reino de Deus
e sua justiça e tudo o mais vos será dado. (Mt 7,33).
Realmente, estamos vivendo um momento
especial da história da humanidade. Por todo o mundo, sentimos o reflexo dessa
pandemia, que causou todos os problemas de que temos conhecimento, inclusive,
os que eram cantados na música “Cristo, mande alguém”, conforme sua observação.
No entanto, sabe-se, também, que o mundo
vive muitos outros problemas, causados pelo afastamento dos caminhos que Jesus
Cristo mostrou a todas as pessoas, de todas as partes do mundo.
Vemos hoje o desrespeito, o ódio, a
violência, o desamor, a imperar e a comandar a vida das pessoas. A mentira,
apelidada pelo termo em inglês, o fake news, é um dos instrumentos que mais
fere as pessoas e as desviam dos seus caminhos, atualmente.
Mentiras, falsidades, hostilidades e
perseguições são fatores que marcaram a vida das pessoas, também, mesmo antes
do tempo em que Jesus Cristo esteve aqui na terra, registrado na Bíblia, lá no
Antigo Testamento.
Nessa fase da história, os Profetas se
empenhavam para alertar o povo e, assim, fazê-lo voltar para os caminhos de
Deus.
Mas as ilusões e a falsa liberdade que o
mundo oferecia deixavam o povo atordoado e iludido. Mágoas, rancor e ódio,
facilmente, dominavam seu coração.
Sempre tirando proveito da situação, os
governantes queriam apenas que o povo continuasse a produzir para manter em
alta o crescimento das suas riquezas.
O povo era compensado, apenas, com o
necessário para manter-se vivo e produtivo.
Hoje, a história se repete. Vemos os
líderes governantes da nossa pátria a desviar o povo dos seus verdadeiros
problemas.
O mais triste de tudo isso é que uma
grande parte de líderes de diversas religiões apoiam e incitam o povo a viver
esse mundo de mentiras e de violência, onde a vítima é o próprio povo.
A esses líderes
religiosos, falsos profetas, a Bíblia denuncia, em muitos trechos do Antigo e
do novo Testamento, como destacamos em alguns destes momentos:
“Ai dos pastores que deixam perder-se e dispersar-se o rebanho miúdo de minha pastagem!” (Jr 23,1).
“Ai dos profetas insensatos que seguem sua própria inspiração.” (Ez 13,3).
“Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores.” (Mt 7,15).
“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.” (Mt 23,27).
A violência contra a mulher, contra o
negro, contra o povo pobre; a desobediência às leis; a incitação das pessoas
contra os cuidados e recomendações necessárias ao combate a essa pandemia do
covid; tudo isso está sempre na ordem do dia.
A mensagem do Evangelho de Jesus Cristo
vai contra todas essas coisas que vêm acontecendo na vida do brasileiro e na
vida das pessoas, por todo o mundo, especialmente nos campos social e político
e, como vimos, até no religioso.
Mesmo vivendo essa situação e vivendo
essas dificuldades, o brasileiro precisa tomar suas decisões. Deve imitar a
Jesus, que veio ao mundo, enviado por Deus, como um homem do povo, pobre e
humilde. E veio com a missão de libertar o povo de Deus da opressão e da
escravidão.
Aqui, cumpriu sua missão e nos enviou
para que o imitássemos, realizando a nossa missão do mesmo jeito que Ele
realizou a Dele, em defesa e benefício do povo, conforme a vontade do Pai.
Diante dessa atitude
de Jesus, de lutar pelo povo por toda a sua vida, não acredito “que esse vírus
é O ALGUÉM”.
Sua ação maligna foi atraída,
justamente, por essa gente que assume lideranças política e/ou religiosa, para
defender interesses de grupos, sacrificando a vida do povo e negando todos os
ensinamentos de Jesus Cristo.
A matéria prima da atração é a maldade
incrustrada no coração do homem. Esses “donos” do poder fazem as leis para
facilitar a convivência social, obrigam as pessoas do povo a cumprir, mas não
as cumprem.
Conforme o Evangelho de Mateus (23,3),
dessa mesma forma também acontecia, na época em que Jesus viveu em nosso meio.
Hoje, os desmatamentos; as queimadas,
nas matas; o óleo derramado nas praias do Nordeste Brasileiro; o regime
escravocrata de trabalho; a indiferença, diante do sofrimento das famílias de
pequeno ou quase nenhum poder aquisitivo; dentre outras; todas essas más ações
praticadas pelo homem, contra seus irmãos e contra a natureza, trouxeram essa
pandemia.
Esse lado positivo que desperta “a
oportunidade de seguir o maior de todos os mandamentos: amai-vos uns aos
outros, como Eu vos amei”, como foi citado acima, apenas acontece na mente
daqueles que acreditam em Jesus Cristo, Filho de Deus Pai.
Os aproveitadores, que não acreditam em
Jesus Cristo, vão continuar não acreditando e não amando aos irmãos, como Jesus
amou.
Na verdade, vão querer sempre se aproveitar
da bondade e do amor das pessoas, com ou sem pandemia. Tudo isto está sendo
comprovado nos noticiários dos meios de comunicação, paralelo à divulgação dos
dados sobre a pandemia.
Então, continuarão servindo ao “deus” do
dinheiro e da exploração do irmão, em benefício próprio e de grupos usurpadores
dos direitos do outro, dos direitos do irmão, por todo o mundo.
Tudo isso, cada um de nós pode
testemunhar, de perto, aqui no Brasil, em cada um dos municípios, onde moramos.
A nossa esperança está na intercessão de
Nossa Senhora, Padroeira do Brasil, e no amor do Seu Filho, Jesus Cristo, por
nossa gente e por todas as gentes do mundo.
Afinal de contas,
Deus é Brasileiro, também.
Edição de Estudos. 5ª edição. 2015. Edição Claretiana. Editora Ave Maria. São Paulo.
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