O primeiro-ministro fala das medidas de combate à Covid-19
"Têm
de ir sendo tomadas em função da necessidade concreta que existe em
cada dia". António Costa teme que muitos portugueses possam não ter a
noção de que o Estado de Emergência é uma medida "extraordinariamente
grave". Também admitiu recorrer à requisição civil e a equipamentos de
entidades privada.
"O
Estado de Emergência e o Estado de Sítio não são decretados em Portugal
desde o 25 de novembro de 1975 [fim do Processo Revolucionário em
Curso]. É uma medida extraordinariamente grave, porque implica a
suspensão de um leque - que pode ser muito vasto - de direitos,
liberdades e garantias. Acho que as pessoas não têm bem a consciência do
que significa o Estado de Emergência", disse esta segunda-feira o
primeiro-ministro, em entrevista à SIC. No entanto, garantiu que o
Governo "dará parecer favorável" a essa medida se, na quarta-feira, o
presidente da República a propuser.
António
Costa reforçou que o pico do surto da Covid-19 deverá ocorrer no final
de abril, conforme a ministra da Saúde já tinha anunciado no domingo,
mas sublinhou que poderá continuar a haver vários casos até finais de
maio. Também revelou que Portugal dispõe de 1142 ventiladores para
adultos, embora alguns estejam, neste momento, a ser usados por
pacientes com outras doenças como a pneumonia, por exemplo.
O
chefe do Governo acrescentou, no entanto, que Portugal tem de
"antecipar o imprevisto" e reforçar o número de ventiladores "para o
caso de haver algum aumento anormal" de casos de Covid-19 no país. De
modo a melhor combater o vírus, também não excluiu poder vir a fazer
"requisição civil de determinadas pessoas em certas profissões que não
estejam a trabalhar", bem como "requisitar equipamentos a entidades
privadas".
"Temos de evitar situação de colapso económico", diz Costa.
Costa
traçou um cenário de apreensão quanto ao impacto económico do novo
coronavírus: "Há que dar toda a prioridade a salvar as vidas que estão
em risco, mas manter as nossas vidas é absolutamente essencial. Se tudo
pára, há uma situação de colapso. Temos de evitá-lo a todo o custo",
realçou.
Para
o fazer, o primeiro-ministro anunciou um conjunto de medidas de apoio
às empresas, como o reforço de linhas de crédito. Também enviou um
recado aos bancos, que "têm que ter a consciência de que, na crise de
2008, a responsabilidade do setor financeiro foi muitíssimo elevada".
Estes, sublinhou, devem assumir uma "responsabilidade social muito
grande" em virtude disso, uma vez que "os custos sociais e económicos
dessa crise financeira foram dramáticos".
António
Costa admitiu também que a Covid-19 constitui uma "pancada" para a
"trajetória de crescimento da nossa economia" e do emprego. "Esta crise,
a bater como está a bater na restauração, ameaça muito deste emprego",
afirmou, vincando a necessidade de "dar a mão a estes setores porque não
podemos perder aquilo que já recuperámos até agora".
Ainda
assim, e mesmo admitindo que "muito provavelmente já não vai haver
excedente orçamental", o primeiro-ministro considerou que a "gestão
orçamental responsável" do seu Executivo permite "olhar para esta
situação sem estarmos angustiados sobre qual vai ser o saldo no final
deste ano".
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Diretamente
de Leira/Portugal por Sérgio Lima para o GutemBANEWS
Sérgio Lima é Graduado, Administrador e
Consultor de Empresas na area de Marketing, atualmente cursando Direito
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